ALFABETO DE LIBRAS
O
alfabeto de Libras (Língua Brasileira de Sinais) teve sua origem
ainda no Império. Em 1856, o conde francês
Ernest Huet desembarcou no Rio de Janeiro com o alfabeto manual francês
e alguns sinais.
O material trazido
pelo conde, que era
surdo, foi adaptado e deu origem à Libras. Este sistema foi amplamente difundido e assimilado no Brasil.
No entanto, a oficialização em lei da Libras só ocorreu um século e meio depois, em abril de 2002 – nesse período, o Brasil trocou
a monarquia pela república, teve seis
Constituições e viveu
a ditadura militar.
O longo
intervalo deve-se a uma decisão tomada
no Congresso Mundial
de Surdos, na cidade italiana
de Milão em 1880. No evento,
ficou decidido que a língua de sinais deveria
ser abolida, ação
que o Brasil implementou em 1881.
BREVE HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO
DOS SURDOS
A história da educação
dos surdos é cheia de controvérsias e descontinuidades.
A primeira
notícia que temos é do século XII, quando
os surdos não eram considerados humanos, não tnham
direito à herança, não frequentavam nenhum meio social e eram proibidos de se casarem.
Na Idade
Média, com o feudalismo, os surdos começaram a ter atenção diferenciada pelo clero (Igreja), que estava
muito preocupado com o que tais pessoas
faziam e por que não vinham se confessar.
As pessoas não iam se confessar porque não apresentavam uma
língua estruturante para
seu
pensamento. Mas a igreja também estava
muito preocupada, pois nasciam muitos surdos nos castelos dos
nobres, devido à frequência dos casamentos consanguineos, comuns na época, visto que a nobreza não queria
dividr sua herabnça
com outras famílias
e acabavam casando-se entre primos, sobrinhas, tios e até irmãos.
Como nos mosteiros da Igreja
havia padres, monges
e frades que utiliizavam de uma língua gestual rudimentar, porque
nesses ambientes existia
o voto do silêncio, esses religiosos foram deslocados para esses castelos
com a missão de educar os filhos surdos
dos nobres em troca de grandes fortunas.
Quanto ao
método utilizado na época não temos registros, mas sabe-se
que alguns acreditavam que deveriam priorizar a língua falada,
outros, a língua de sinais e outros, ainda, o
método combinado.
Em 1880, aconteceu o Congresso Mundial de Professores de Surdos em Milão, na Itália, onde foi discutido
qual seria o melhor método
para a educação dos surdos.
Nesse congresso ficou
resolvido que o melhor métdo
era o oral puro, sendo
proibida a utilização da língua de sinais a partir
desta data.
A partir daí,
as crianças surdas,
muitas vezes, tinha
suas mãos amarradas para trás e eram obrigadas a sentarem em cima das mãos ao irem para
a escola, para que não usassem a
língua de sinais.
Tal opressão perdurou
por mais de um século, trazendo uma série de consequências sociais e educacionais negativas.
No
Brasil, a primeira lei que viabiliza o
uso da Língua Brasileira de Sinais como a primeira língua dos surdos
foi assinada em novembro de 2002 pelo Presidente Fernando Henrique Cardoso.
QUEM SÃO OS SURDOS?
São aquelas
pessoas que utilizam a comunicação espaço- visual como principal meio de conhecer
o mundo, em substituição à audição e à fala. A maioria
das pessoas surdas, no contato
com outros surdos,
desenvolve a Língua de
Sinais. Já outros, por viverem
isolados ou em locais onde não exista uma comunidade
surda, apenas se comunicam por gestos. Existem
surdos que por imposição
familiar ou opção pessoal preferem utilizar a língua oral (fala).
Deficiência Auditiva
Termo técnico
usado na área da saúde e, algumas
vezes, em textos legais.
refere-se a uma perda sensorial auditiva. Não designa o grupo cultural
dos surdos.
Surdo-Mudo
Provavelmente a
mais antiga e incorreta denominação atribuida ao surdo, e infelizmente ainda
utilizada em certas áreas e divulgada nos meios
de comunicação, principalmente televisão,
jornais e rádio.
* O fato de uma pessoa ser surda não significa
que ela seja muda. A mudez é uma outra deficiência, totalmente desagregada da surdez.
São minorias os surdos
que também são mudos. Fato é a total possibilidade de um surdo falar, através de exercícios fonoaudiológicos, aos quais chamamos
de surdos oralizados. Também é possível
um surdo nunca ter falado,sem que seja mudo,
mas apenas por falta de exercício.
* Por isso, o surdo só será também mudo se, e somente
se, for constatada clinicamente deficiência na sua oralização, impedindo-o de emitir sons. Fora isto, é um
erro chamá-los de surdo-mudo. Apague
esta idéia!
O que é o Surdo-Mudo?
Erro social dado ao tato de que o surdo vive num ‘’silêncio” rotulado
pela própria sociedade (por
falta de conhedmento do real significado
das duas palavras).
Surdez: dificuldade
parcial ou total no que se refere à audição
Mudez:
problema ligado à voz.
O que é a deficiência auditiva?
É apenas uma
perda sensorial, por isto as pessoas com problemas de audição têm potencialidade igual a de qualquer ouvinte.
Comunicação com liberdade e segurança. Para os surdos
a língua de sinais é fundamental, pois só através
dela podem se comunicar.
DESMISTIFICANDO OS ESTEREÓTIPOS
Ø Nem todo surdo é mudo;
Ø Nem
todos os surdos fazem leitura labial;
Ø Nem todos os surdos
sabem Língua de Sinais;
Ø Ao falar com surdo não é necessário tocá-lo fortemente
e/ou falar em voz alta.
A Língua de Sinais não é universal
LEI DE LIBRAS
Lei n° 10.436, de 24 de
abril de 2002.
Dispõe sobre a
LÍNGUA BRASILERA DE SINAIS - LIBRAS e dá outras providências. Eu o presidente da república faço saber que o Congresso
Nacional decreta e eu
sanciono a seguinte Lei.
Art. 1 - É reconhecida como meio legal de comunicação
e expressão a LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS - LIBRAS e outros recursos
de expressão a ela associados.
Parágrafo Único. entende-se como LINGUA BRASILEIRA DE SINAIS - LIBRAS a forma de comunicação e expressão, em que o sistema linguístico de natureza visual-motora. Com estrutura gramatical própria, constituem um sistema linguístico de transmissão de idéias e fatos, oriundos
de comunidades de pessoas surdas do Brasil.
Art. 2 - Deve ser garantido, por parte do poder público
em geral e empresas concessionárias de serviços públicos,
formas institucionalizadas de apoiar o uso e difusão
da LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS - LIBRAS
como meio de comunicação objetiva e de utilização
corrente das comunidades surdas do Brasil.
Art 3 - As instituições públicas e empresas
concessionárias de serviços públicos de assistência à saúde devem
garantir atendimento e tratamento adequado
aos portadores de deficiência auditiva, de acordo com as normas legais
em vigor.
Art. 4 - O sistema educacional federal e os sistemas educacionais estaduais, municipais e do Distrito Federal devem garantir
a inclusão nos cursos
de formação de educação especial,
de fonoaudióloga e de magistério, em seus níveis médio e superior, do ensino da língua brasileira
de sinais - libras, como parte integrante
dos parâmetros cirriculares
nacionais - PCNS. Conforme legislação vigente.
Parágrafo Único. A LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS - LIBRAS não poderá substituir
a modalidade escrita da Língua Portuguesa.
Art. 5 - Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 24 de abril de 2002; 1810 da Independência e 1140 da República. Fernando Henrique Cardoso
Paulo Renato Souza
Texto Publicado no D.O.U. de 25.4.2002.
PARÂMETROS
Os sinais são formados
a partidr da conmbinação do movimento das mãos com um determindado formato
em um detetermindado lugar,
podendo este lugar
ser uma parte do comorpo ou um espaço
em frente ao corpo.
Nas línguas de sinais podem
ser encontratados os seguintes parâmetros:
- Confirguração de mãos:
são formas
das mãos, que podem ser da datilologia (alfabeto manual) ou outras formas
feitas pela mão predominante ( mão direita para os destros)
ou pelas duas mãos do emissou ou pelo sinalizador. Os sinais APRENDER, LARANJA, OUVIR E AMOR têm a mesma configuração de mãos que são realizadas na testa, na boca, na orelha e no lado esquerdo
do peito respectivamente;
- Ponto de articulação: é o lugar onde inside
a mão predominante configurada, podendo esta tocar alguma
parte do corpo
ou estar em um espaçõ
neutro v ertical
( do meio do corpo
até a cabeça) e horizontal (à frente do emissor). Os sinais TRABALHAR, BRICAR, BESTEIRA, CONSERTAR são feitos no
espaço neutro e os sinais ESQUECER, MENTE, APRENDER E PENSAR
são
realizados na testa;
- Movimento: os sinais podem ter movimento ou não. Os sinais citados
acima têm movimento, com exceção de PENSAR que, como os sinais AJOELHAR
E EM-PÉ m não teêm movimento;
- Orientação / direcionalidade: os sinais têm uma direção com relação aos parâmetros acima. Assim
os verbos IR e VIR se opõem
em relação à derecionalidade, como
os verbos SUBIR e DESCER, ACENDER E APAGAR, ABRIR-PORTA e FECHAR-PORTA;
- Expressão facial e / ou corporal: muitos sinais, além dos quatro parâmetros mencionados acima,
em sua configuração têm como traço
digferenciador também a expressão facial e/ou corporal, como os sinais ALEGRE e TRISTE. Há sinais
feitos somente com a bochecha
como LADRÃO, ATO-SEXUAL; sinais
feitos com a mão e expressão facial,
como o sinal BALA, e há ainda sinais
em sons e expressões faciais
complementam os traços manuais,
como os sinais HELICOPTERO e MOTOR.
Na combinação destes cinco parâmetros, tem-se o sinal. Falar com as mãos é, portanto, combinar estes elemenstos para formarem as palavras e estas formarem as frases
em um contexto.
NUMERAIS
As línguas podem ter formas
diferentes para apresentar os numerais quando utilizados
como cardinais, ordinais,
quantidade, medida, idade, dias da semana ou mês, horas e valores
monetários. Isso também acontece na LIBRAS. Nesta
unidade e nas seguintes, serão apresentados os numerais em relação
às situações mencionadas acima.
É erro o uso de uma determinada configuração de
mão para o numeral cardinal sendo
utizada em um contexto
onde o numeral é ordinal
ou quantidade, por exemplo: o numeral cardinal
é diferente da quantidade 1, que é diferente do ordinal PRIMEIR@,
que é diferente de que é diferente
de PRIMEIRO-GRAU, que é diferente de MÊS-1.