terça-feira, 26 de março de 2013

Muitas culturas, uma humanidade?



Bauman, Zygmunt. Comunidade: a busca por segurança no mundo atual, Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2003
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Daniela Bernardo Vieira dos Santos[1]




Zygmunt Bauman é de origem polonesa e um dos sociólogos e filósofos mais conceituados da atualidade. Bauman é professor emérito de Sociologia nas Universidades de Leeds e de Varsóvia.

No capítulo nove, capítulo este o objeto da resenha, traz a idéia de multiculturalismo e como esta palavra vem sendo utilizada para descrever comportamentos incertos acerca dos valores e da vida comum.O autor acredita numa banalização do multiculturalismo, portanto é “a ideologia do fim da ideologia”.

Nunca foi tão veemente e imperativo a busca por uma humanidade comum como tem sido atualmente. Contudo, este multiculturalismo enfrenta um grande inimigo, a insegurança. Acaba que, as diferenças culturais transformam-se em grandes muralhas defensivas e com isso há pouca chance de que as comunidades se abram para trocas umas com as outras. Com a segurança, diz o autor, “as perspectivas da humanidade parecem brilhar”.

A sociedade sofreu grandes transformações nos últimos anos, principalmente econômicas, se tornando consumidores exagerados diante as tentações e seduções do comércio.

“Nada é excessivo se o excesso é norma”, assim o autor caracteriza o homem moderno em um ser humano angustiado e medroso. Porém, é o preço da liberdade individual ou de uma modernidade mais fluida, líquida e desregulamentada, onde o excesso se torna um preceito da razão.

Em síntese, o multiculturalismo vem se transformando num multicomunitarismo, uma vez que, as diferenças culturais acabam se tornando fortalezas que afastam as culturas não existindo, assim, um diálogo. O grande desafio é construir uma aceitação desta pluralidade cultural onde todos podem conviver com segurança. Outro fator desagregador é o excesso no consumismo que por iguais razões aflige a sociedade e aprisiona em muralhas, pois não se consegue mais distinguir o que é excesso e desperdício do que é necessário.





[1] Acadêmica do 7º período do curso de Direito, pela UNESC – Faculdades Integradas de Cacoal. Resenha apresentado à disciplina de Direito Indígena, ministrada pela Professora Mestre Neiva Cristina de Araújo.

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