Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de
Direito da ___Vara cível da Comarca de ____.
ANGELINA, qualificação e endereço
completo, e seu esposo BRADSON, qualificação
e endereço completo, vem por meio de seu advogado que esta subscreve inscrito
na OAB/__, n°__, com escritório profissional, endereço completo, onde recebe
notificações e intimações, vem à presença de Vossa Excelência propor:
AÇÃO DE IMISSÃO NA POSSE
Em face de
_______, (qualificação e endereço
completo) e _____________ (qualificação e endereço completo) pelos motivos de
fato e de direito a seguir aduzidos.
I
– DOS FATOS
Os Autores são
legítimos proprietários de um imóvel situado nesta cidade, composto por um
terreno medindo 30 m de frente e 50 m de fundo. Em data de 25 de junho,
receberam informações de que o imóvel estava sendo ocupado.
Compareceram
naquele local e constataram que pessoas apossaram-se indevidamente do imóvel
supra descrito, nele havendo construído uma pequena casa de madeira, onde
mantém sua residência. Instalados pelos proprietários, tentaram, amigavelmente,
persuadi-los a desocupar o referido imóvel, sendo que se negaram
peremptoriamente, permanecendo até a presente data na situação de esbulhadores.
II – DO DIREITO
Art. 1.245 - Transfere-se entre vivos a propriedade mediante o registro do título translativo no Registro de Imóveis.
Portanto, sendo o Autor legítimo proprietário do imóvel indevidamente ocupado
pelo Réu, invoca a proteção assegurada no art. 1228 do mesmo diploma legal:
Art.
1.225 - O proprietário tem a faculdade de
usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la de quem quer que a
possua ou detenha.
Segundo Cristiano Chaves de Farias (2013,
p.244) “ [...] a imissão da posse deverá ser adotada por quem adquire a
propriedade por meio de título registrado, mas não pode investir-se na posse
pela primeira vez, pois o alienante, ou um terceiro (detentor) a ele vinculado,
resiste em entregá-la.
Também podemos
destacar a posição de Humberto Theodoro
Júnior (2012, p.), "Posse clandestina, por sua vez, é a que se adquire
às ocultas. [...] O possuidor a obtém usando de artifícios para iludir o que
tem a posse, ou agindo às escondidas”
A posse
exercida pelo Réu é a clandestina, o que a transforma em posse injusta. O Réu é
possuidor de má-fé, pois tem plena consciência de que a posse por ele exercida
não é a justa. O Autor tem o direito de ser imitido imediatamente na posse de
seu imóvel, uma vez que a propriedade está demonstrada e o Réu exerce posse
injusta sobre coisa alheia. A SÚMULA nº
487 do STF pontifica:
"487. Será deferida a posse a
quem, evidentemente, tiver o domínio, se com base neste for ela
disputada".
Assim, da
mesma forma, comunga do mesmo entendimento a jurisprudência:
Processo:
|
AC
70034090449 RS
|
Relator(a):
|
Nelson José Gonzaga
|
Julgamento:
|
16/02/2012
|
Órgão Julgador:
|
Décima Oitava Câmara Cível
|
Publicação:
|
Diário da Justiça do dia 27/02/2012
|
Ementa
APELAÇÃO
CÍVEL. IMISSÃO DE POSSE. CONFIGURADOS OS REQUISITOS PARA A IMISSÃO DE POSSE.
A imissão de posse - ação real e
de cunho petitório - pressupõe prova do domínio do autor sobre o imóvel,
individualização da coisa e demonstração da injustiça da posse exercida pelo
réu. No caso, os autores são titulares de domínio e adquiriram o imóvel por
herança deixada pelo falecimento de seus pais. O réu, que reside no imóvel,
recusa-se a desocupá-lo sob a alegação de que tramita ação de usucapião contra
os titulares do bem, ajuizada por aquele que lhe cedeu os direitos...
Assinalo, ainda, que no imóvel houve a
construção de uma casa de madeira, utilizada para moradia dos réus. Por conseguinte,
se faz necessário o desfazimento da construção existente no imóvel retornado,
portanto, ao Status quo. Com
fundamento no que dispõe o art. 921 do Código de Processo civil, a saber que, a
obrigação de fazer – desfazimento de construção – poderá ser obtida pela via da
tutela específica do art. 461 do mesmo codex.
Art. 461 - Na ação que tenha por objeto o cumprimento de obrigação
de fazer ou não fazer, o juiz concederá a tutela específica da obrigação ou, se
procedente o pedido, determinará providências que assegurem o resultado prático
equivalente ao do adimplemento.
Da antecipação da tutela
O art. 273 do
CPC prevê a possibilidade da parte autora ter a tutela jurisdicional pretendida
de maneira antecipada quando algum dos seguintes requisitos estiver presentes:
Art.
273 - o juiz poderá, a requerimento da parte, antecipar, total ou parcialmente,
o efeito da tutela pretendida no pedido inicial, desde que, existindo prova
inequívoca, se convença da verossimilhança das alegações e:
i - haja fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação; ou
ii - fique caracterizado o abuso de direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório do réu.
A prova
inequívoca exigida pelo artigo é a prova capaz de elidir qualquer dúvida quanto
ao direito de quem pretende obter a tutela, neste caso representado pela
matrícula do imóvel onde se constata ser o Autor o proprietário, bem como a
escritura pública de compra e venda de imóvel.
É muito cômodo
ao Réu utilizar-se da propriedade alheia sem qualquer gasto e dispor do imóvel
como quiser. A má-fé do Réu surge clara diante de tal situação.
Cabe ainda
salientar que a antecipação enunciada no art. 273 não está sujeita ao poder
discricionário do MM. Juiz, pois se trata de direito subjetivo de quem preenche
os requisitos do referido artigo.
III – DO PEDIDO
Diante de todo
o exposto, requer:
a) Estando presentes todos os requisitos ensejadores da
concessão da tutela antecipada, nos moldes do art. 273 do CPC, requer seja
concedida a antecipação da tutela, por ser medida necessária e imprescindível à
garantia do direito do Autor.
b) A determinação da expedição de mandado de desocupação do
imóvel inaudita altera parte contra o
possuidor direto injusto descrito nesta exordial, bem como por qualquer outra
pessoa que eventualmente esteja lá residindo e que não o proprietário, a fim de
imitir o Autor na posse do imóvel. Requer, caso haja resistência por parte dos
ocupantes, que a medida seja efetivada com auxílio policial.
c)
o desfazimento da construção, restabelecendo-se, assim, o status quo ante.
d) Requer-se seja julgado procedente o
presente pedido, imitindo definitivamente o Autor na posse do imóvel objeto do
presente litígio, com a condenação do Réu no pagamento das custas processual e
honorária advocatícia.
e) Requer a citação do Réu no endereço inicialmente
declinado para apresentar contestação no prazo legal, sob pena, de revelia ou
confissão.
f) Requer provar o alegado por todos os meios de prova em
direito admitido, em especial pelo depoimento do réu, oitiva de testemunha,
provas documentais, periciais e outras que se fizerem necessárias.
IV – Do Valor da Causa
Dá-se à causa o valor de R$ ________.
Nesses Termos,
Pede e espera deferimento.
Local/data.
Pede e espera deferimento.
Local/data.
Advogado
OAB
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